Confesso que quando finalmente, após o estresse de ter ficado sem acompanhar a tal oficina de fotojornalismo da Abril, eu li no slide que teríamos como foco a fotografia de montanhas. Logo pensei: “Jesus, livrai-me”. Não conseguiria me imaginar subindo uma trilha, tão pouco para fotografar.
Mas me enganei. Quem conduziu o convite as alturas, foi o fotógrafo Tacio Philip. Além de aventureiro, este ex-físico, ainda carrega em sua bagagem histórias e retratos inusitados, que por muitas vezes, estão mais próximos do que imaginamos, às vezes ali, no quintal de casa.
A palestra começou cheia de perguntas que só depois iríamos entender a sua finalidade. É como se estivéssemos mesmo partindo do zero e seguindo por uma trilha: eu resolvi arriscar o desafio e encarei a tarefa.
“O que levar na hora de subir uma montanha para fotografar?” Foi esta a pergunta que Tacio revelou para a platéia. A minha dúvida era que mais alguém ali, além de eu mesmo, não soubesse a resposta. Mais aliviado percebi que a dúvida era geral. A resposta seguiu cheia de exemplos e de slides bem preparados.
Os tipos de câmeras foram apresentados, partimos dos modelos compactos até as profissionais. Cargas e baterias não poderiam ser objetos de luxo, segundo o fotógrafo é bom levar sempre mais do que o esperado, afinal, não teremos onde recarregá-las.
“Sempre quando estou subindo uma montanha, procuro levar as baterias próximos ao corpo, em algum bolso interno por exemplo, assim mantenho elas aquecidas. Muitas vezes, a bateria que indicava estar descarregada, depois de minutos volta a funcionar, tudo por conta do frio que faz em elevada altitude”, revela Tácio.
Sem passar por despercebidas, as lentes ganharam um bom tempo da discussão, foi neste ponto que a platéia já se sentiu mais tranqüila para questionar. Entre grande angular e super tele, o que importa mesmo é ficar atento aos acessórios, filtros, flash, tripé e case são realmente necessários? É bom calcular o peso, pois na hora do sufoco você pode se arrepender.
Para os aventureiros de primeira viagem, não faltou explicação até sobre o vestuário ideal, a checagem de itens de segurança e equipamentos de reserva, além é claro de ter documentos pessoais sempre à mão, lanche e água.
Sem perder o pique, o fotógrafo dedicou um slide especial para os itens que ele acredita serem essenciais quando o assunto é fotografia na montanha: “Atenção, vocês jamais podem esquecer de levar muita disposição, afinal o caminho não será fácil logo no início, muita curiosidade para aproveitar o olhar, um pacote de responsabilidade, pois a natureza merece respeito e por fim, estudar fotografia, porque a todo momento, ali, você estará aprendendo algo novo”, comenta.
Encerradas os tópicos foi a hora de seguir viagem e certamente já estávamos no topo da montanha. O convite do fotógrafo tinha valido a pena. Agora estávamos olhando cerca de 40 imagens que fazem parte do acervo de Tácio.
As mais belas imagens de montanhas que eu já vi. Os slides revelavam fotos de diversas partes do Estado de São Paulo, passando por parques e reservas de todo o Brasil e até viagens para o exterior. Segundo ele, a Bolívia ainda guarda segredos que precisam ser revelados e o baixo custo da expedição merece um retorno garantido.
Realmente a palestra motiva. Que tal uma trilha?
Fotos: Eduardo Chaves
2 comentários:
Só corrigindo: foram 80 imagens ;-) Vejo vocês hoje na palestra de macrofotografia!
Abraços!
Tacio Philip
www.tacio.com.br
www.macrofotografia.com.br
Obrigado Tácio,
Valeu por ter corrigido. Independente da quantidade, o que me impressionou foi a QUALIDADE. Parabéns!
Abraços
Abraços
Eduardo Chaves
www.evchaves.blogspot.com
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