O Centro Cultural São Paulo convida para a exposição que exibe trabalhos do fotógrafo Fredi Kleemann, com registros do Teatro Brasileiro de Comédia das décadas de 1940 e 1950.
Terça a sexta, 10h às 20h; sábados e domingos, 10h às 17h. - Piso Flávio de Carvalho
Sobre Fredi Kleemann
Fonte: Centro Cultural São Paulo
Fredi Kleemann (1927-1974) chegou ao Brasil em 1933, com seis anos de idade, como refugiado da perseguição anti-semita nazista. Em 1936, deu seus primeiros passos como ator, fazendo parte do grupo de teatro amador de sua comunidade judaica. Foi nessa época também que ele comprou sua primeira câmera e passou a registrar os amigos, a comunidade e os eventos, construindo um arquivo de imagens pessoais. Seu primeiro trabalho profissional relacionado a fotografia foi na Fotoptica, loja de materiais e equipamentos fotográficos. Ele fez parte, também, do tradicional Foto Cine-Clube Bandeirantes.
Kleemann era amigo do ator Marcos Jourdan, que cursava a Escola de Arte Dramática e o ajudou a conseguir seus primeiros registros do Teatro Brasileiro de Comédia. Jourdan também o ajudou a entrar em contato com Cacilda Becker, que mais tarde lhe convidou para fazer parte do TBC como ator coadjuvante. Quando Franco Zampari, diretor da companhia, descobriu seu talento para a fotografia, também o contratou para registrar e divulgar os trabalhos do grupo. Assim, Kleemann passou a registrar um dos períodos mais profícuos momentos da história do teatro brasileiro no grupo que se tornou revolucionário pela inovação na forma de interpretar dos atores e na montagem dos espetáculos.
A partir dessa época, seu trabalho como fotógrafo passou a ser reconhecido. Recebeu prêmios em salões internacionais de Nova York, Montreal, Buenos Aires e São Paulo. Em 1952, foi o primeiro sul-americano a ser premiado pelo Salão Internacional de Paris. Kleemann foi convidado a ser fotógrafo da lendária Companhia Cinematográfica Vera Cruz, sendo responsável pelos stills (fotos que ficavam expostas nas portas dos cinemas para divulgação dos filmes em cartaz) dos filmes lançados pelo estúdio.
Entre de 1949 a 1973, além do Teatro Brasileiro de Comédia, realizou diversos registros de outras companhias e espetáculos. Amigo inseparável da atriz Cacilda Becker, acompanhou-a até sua morte, em 1969. Quando ela saiu do Teatro Brasileiro de Comédia para fundar sua própria companhia, levou Kleemann para trabalhar com ela como ator e fotógrafo oficial.
Aliando sua experiência como ator a seu trabalho fotográfico, Fredi Kleemann conseguiu captar com extrema sensibilidade as nuances do trabalho dos atores registrados por suas lentes. Em suas mãos, as imagens deixavam de ser meros documentos históricos para se tornarem peças singulares de valor artístico.
Fredi Kleemann faleceu em 30 de outubro de 1974, vítima de colapso cardíaco, aos 47 anos. Sobre sua obra, o crítico teatral Décio de Almeida Prado escreveu:
Fredi não se limitou a viver intensamente aquele momento único de euforia e renovação como uma de suas figuras mais queridas. Deixou-o consignado em centenas de negativos, talvez com a esperança de que esse teatro, afinal tão transitório como os outros, sobreviva de algum modo no tempo ao se transformar em arte puramente espacial. O teatro passa, a fotografia fica.
Em 1976, o então secretário da Cultura do Município de São Paulo, Sábado Magaldi, por sugestão da atriz Cleyde Yáconis, adquiriu para o Centro de Pesquisas sobre Arte Contemporânea (Idart) o acervo de Fredi Kleemann, composto de 12.000 negativos. O acervo foi transferido para o arquivo Multimeios, no CCSP. Foram encontrados nessa coleção ensaios fotográficos, estudos de iluminação, trabalhos de documentação fotográfica, bonecos para divulgação e fotos de familiares e amigos.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Fredi Kleemann entre risos e lágrimas
Publicado por
Eduardo Chaves
Arquivado em:
Exposições
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