De origem teatral e engenheiro de software por profissão, o fotógrafo Manoel Pimentel registra cenas do cotidiano, além de books e fotos publicitárias. Engatando uma nova proposta de trabalho, Pimentel aposta em ensaios abstratos de Nu.
As fotos autorais revelam um pouco do universo criativo do fotógrafo que aposta nas nuncias e na textura da composição para atrair os olhares mais atentos.
O FOTOCOLAGEM apresenta pela primeira vez este ensaio e traz uma entrevista exclusiva com o fotógrafo. Acompanhem:
1) Eduardo Chaves - O que é a série Corpo & Luz?
Manoel Pimentel - Nessa série que eu chamo de Corpo & Luz, a ordem é quebrar as regras e ir muito além do que só mostrar um Nu baseado apenas em corpos belos ou em muitos recursos de estúdio (ou de tratamento digital), mas sim, desejo evidenciar formas, texturas e sentimentos através puramente da criatividade e imaginação.
2) EC - O que o motivou a desenvolver essa série chamada Corpo & Luz?
MP - Antes de tudo, é importante simplesmente contemplar essa efervescência de conteúdos e formas inerentes a diversidade humana. Para isso podemos lançar mão de meios altamente complexos ou apenas usar um olhar diferenciado e criativo para despertar a curiosidade de outros contempladores da natureza humana.
É que com essa diretriz que busco representar em meus ensaios fotográficos esse meu interesse em especial pelo tema de nu artístico ou nu abstrato, onde usando recursos alternativos de estúdio e poucos elementos oriundos de um “tecnicismo” fotográfico, tento evidenciar formas, cores, texturas e sensações ao representar o corpo de modelos.
3) EC - Como você começou na fotografia? E também como você mora em Brasília (DF) atualmente, como você tem desenvolvido esse trabalho lá?
MP – Sou um apaixonado por fotografia desde criança, nessa época fiquei maravilhado inicialmente com uma máquina “Love” que pertencia a minha mãe e em seguida com uma com uma Yashica. Desde então, sempre fui o carinha da câmera nos eventos das famílias ou nos eventos entre os amigos (mas sempre com máquinas compactas).
Porém apesar dessa paixão, nunca levei muito a fundo esse interesse por fotografia, pois há muito tempo eu tenho outra paixão também que é o meu trabalho (sacerdócio) a informática (sou Engenheiro de Software).
E somente há poucos alguns anos atrás, vim a olhar a fotografia de maneira mais séria devido à insistência de alguns amigos (que segundo eles, achavam minhas fotos legais) e também devido a uma forte influência artística e cênica de uma época em minha vida em que fiz teatro, dessa forma venho estudando e aplicando de maneira autodidata desde os fundamentos até técnicas avanças estúdio (para moda e para Still).
Com esse norteamento, tenho desenvolvido alguns trabalhos de cobertura de eventos em (TI – Tecnologia da Informação) e principalmente alguns trabalhos de Still para publicidade de produtos, também tenho participado de maneira leve de algumas exposições em diversos cantos do Brasil.
Já essa série de Nu Abstrato é um trabalho mais autoral que tem sido realizado já algum tempo, mesmo antes de chegar a Brasília (Sou Paraense e morei um bom tempo em São Paulo antes de vir para Brasília).
Aqui em Brasília, encontrei um apoio muito bom para o desenvolvimento do meu trabalho através do Candango FotoClube, que também têm outros apaixonados por fotografia e também por Nu Artístico e, isso tem sido fundamental para o aperfeiçoamento de minha arte.
4) EC - Quais os desafios ao seu trabalhar com esse tipo de tema?
MP - Entender quais os limites ou interseções entre arte, erostimo ou pornografia que envolve a fotografia com o tema Nu? Pois talvez essa seja uma das questões mais cheias de divergências da história de manifestação artística e cultural da humanidade e, que muito provavelmente estamos longe, muito longe mesmo de respondê-la com maturidade.
Como o meu trabalho tem sido essencialmente com nu feminino, existe um cuidado extra no tratamento das modelos, pois é fundamental cultivar confiança e principalmente muito respeito durante as sessões.
Ainda sobre esse aspecto, como esse tipo de trabalho com nu abstrato é bastante atípico, é comum que as modelos tenham dificuldade no início em imaginar qual o resultado desejado e, principalmente é comum que as modelos não conheçam as potencialidades de formas que cada parte de corpo é capaz de gerar mediante uma luz criativa.
Na verdade isso é algo muito positivo, pois eu também não conheço todos os potencias de resultados que seus corpos podem gerar, portanto, esse é um processo de descoberta e aprendizado em conjunto.
Uma das melhores maneiras para auxiliar nisso, é a inspeção e adaptação constante, pois durante as sessões fotográficas, a própria modelo ao ver o resultado gerado foto por foto, pode contribuir com críticas e sugestões para melhorar o resultado geral do ensaio.
Sobre o fotógrafo:
Acesse: http://manoelp.wordpress.com
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