Por: MOA
Os ângulos que afloram o pensamento e o coração tem a capacidade de ser fotografia, basta clicar.
Se Niepce estivesse vivo, se surpreenderia com a evolução da fotografia desde que ele congelou o tempo com o betume da Judéia em uma câmera escura naquele seu velho sotão em Le Gras em Chalons-sur- Saône, na França.
Segundo o ensaísta David Hockney (grande pintor e fotógrafo) em seu livro Secret Knowledge, as pinturas cujas imagens eram capturadas nas câmeras escuras séculos antes da invenção da fotografia, além de apresentarem distorções ópticas, as ações congeladas provocava a sensação de que todas as pessoas fossem canhotas em virtude de não haver um prisma que corrigisse a imagem que se projetaria inversamente dentro das câmeras.
Esse desenhar com a luz através da física e um toque dos alquimistas, tornou a fotografia uma invenção que revolucionaria o mundo das imagens, inclusive das pinturas realistas cujos artistas que interagiam nesse rebuscar, bailassem com seus pinceis em pensamentos contrários a alguns iluministas cuja serventia agradava a burguesia com sua raiz conformista e monetarista sem a preocupação pulsante entre a mão, a tinta e a tela.
A evolução da fotografia através de novas tecnologias embora sempre feita com finalidades comerciais, só nos trouxeram mais reflexões sobre a migração dos cristais aos pixels , mesmo com os chimpanzés na telinha assinando obras vanguardistas de autores desconhecidos com suas criações humilhadas por um público controlado para não pensar, não será difícil ver um cãozinho com a patinha em cima de uma câmera fotográfica produzindo fotos no youtube ou nos programas dominicais nas TVs desprovidos de “tele-visão”.
Essa banalização geográfica com dimensões intercontinentais propiciou aos amantes da fotografia, uma paixão maior e criteriosa antes do disparo do gatilho da câmera, capturando num instante o que o tempo não conseguiu esconder e eterniza las em uma fração de segundo.
Toda a forma de manifestação através da fotografia quando impulsionada por um gesto, abstrai da luz a essência em um simples click nos presenteando com a significância desse momento único nessa construção de imagens que se esvai com o tempo.
Fotografar é canalizar a luz e a alma em um foco profundo do turbilhão iluminado. É renascer o profundo mistério do eterno em um fragmento do tempo. É o desbravar da luminância numa corrida infinda entre photons de um florescer imantado em poesia visual.
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