O Brasil ficou às escuras. No fim do primeiro dia do Estúdio Brasil 2009, com as palestras já finalizadas, os congressistas que já estavam rumo às suas casas ou hotéis de São Paulo foram surpreendidos com o apagão que atingiu 18 estados brasileiros.
Mas quem procurava por luz teve que esperar o segundo dia do maior evento de fotografia de estúdio do país. Boas idéias, bate-papo de primeira, informação de qualidade e descontração foram os elementos que não faltavam durante as 10horas de palestras que trouxeram ao palco do Teatro das Artes os fotógrafos Mauricio Po, Vladimir Fernandes, Cia de Foto, Lauro Maeda e José Roberto Cômodo.
O FOTOCOLAGEM não esteve presente na cobertura desta segunda etapa do fórum, no entanto, trazemos aqui para o blog os principais assuntos abordados por cada um dos palestrantes, com informações privilegiadas do workbook.
Como viver de fotografia de books
Mauricio Po emprestou seus 10 anos de experiência fotografando pessoas para trazer ao público do Estúdio Brasil um pouco do dia-a-dia da profissão em cliques com pessoas comuns e também modelos profissionais.
"O desejo de ficar bonita como capa de revista é o que mais motiva as pessoas a procurarem um estúdio fotográfico para realizar um book. Mais do que um trabalho, o fotógrafo precisa ter plena consciência de que está lidando com um sonho. Portanto, cada trabalho é, e deve ser único".
Fotografia de produtos - produção e finalização
"Fotografia de still é para poucos", assim, o fotógrafo Vladimir Fernandes, mais conhecido como Vladi, percorreu caminhos diversos até chegar ao estúdio de fotografia. Para apresentar ao vivo no palco do Estúdio Brasil, o profissional trouxe jóias. Uma escolha providencial, pois os fotógrafos em geral vivem manifestando as dificuldades de se fotografar pedras preciosas.
"A fotografia de still exige conhecimento técnico do fotógrafo, além de um olhar condicionado. Na era digital, os fotógrafos ganharam um grande aliado que é o Photoshop, ferramenta capaz de ajustar todas as incorreções de uma imagem. Mas antes disso, a fotografia de still selecionava por si só os fotógrafos com capacidade de apostar nesta área da fotografia para desenvolver seu trabalho".
Como retratar pessoas comuns
A Cia de Foto surgiu em 2003 numa iniciativa de dois fotojornalistas, Pio Figueira e Rafael Jacinto. Com o passar dos anos foram incorporados ao projeto os fotógrafos João Kehl e Carol Lops, onde é levado muito a sério a questão do coletivo fotográfico.
O grupo teve a participação mais aguardada do segundo dia de exposições do fórum. Em slides e com muita prática ao vivo, o grupo trouxe questões como: o autorretrato, a relação fotógrafo x cliente x fotografado, e a tecnologia como aliada no processo de captação de imagens.
"Diante da objetiva, sou, ao mesmo tempo, aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me julgassem aquele que o fotógrafo me julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte". Roland Barthes - Câmara Clara.
O estúdio no casamento
Lauro Maeda tem muito o que contar. Em 20 anos de experiência, o fotógrafo dedicou-se por 10 anos exclusivamente à casamentos. Domina como poucos a arte de compor os elementos da cena em equilíbrio com a luz do ambiente, seja ela natural ou artificial. No Estúdio Brasil 2009, além de responder as inúmeras dúvidas dos congressistas, Maeda se sente em casa, já que boa parte do público é compostos por colegas da mesma área de atuação.
"O ensaio fotográfico dos noivos, que acontece antes do casamento, pode ser feito em estúdio ou externa. A maioria dos noivos opta por clicar nas duas situações, mas neste momento vamos dar ênfase ao estúdio e suas peculiaridades. O equipamento usado no estúdio é o flash com Hazy-Light ou sombrinha para a obtenção de uma luz suave, difusa. É a luz ideal para retratar um casal apaixonado, em cenas românticas".
Imagem: garanta seu direito
Experiência na defesa de artistas, escritores, fotógrafos e modelos não faltam para o advogado José Roberto Cômodo Filho. Hoje, além da área de direito, o profissional é fotógrafo retratista e sócio da Riguardare, escola e agência de fotografia.
"Há muito tempo eu me pergunto sobre qual a verdadeira finalidade de incluirmos créditos ao lado das fotografias que produzimos quando estas são publicadas. Cheguei a algumas conclusões: nos fotojornalismos, nos editoriais e nos trabalhos autorais eles são imprescindíveis e obrigatórios. Mas para a fotografia publicitária há duas hipóteses possíveis que dependem de um único fator - quem criou e quem idealizou a obra?"
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