Por: Márcio Neves
Hoje me deparei, na pagina inicial de um grande portal, com um link que me fez pensar em vários aspectos da fotografia.
Um site mostrando todas as capas da revista Playboy brasileira.
A grande característica da revista Playboy, como todos sabem, são os ensaios fotográficos de mulheres nuas, com preferência para capas estampadas por mulheres famosas. Mas a revista vai além desta característica, principalmente com uma história de 35 anos ininterruptos, fato pouco comum no mercado editorial brasileiro, poucos lembram de suas entrevistas, muitas das quais foram marcantes e históricas.
Através de uma visita pelas várias capas estampadas na revista poderíamos analisar vários aspectos não só da fotografia brasileira dos últimos 35 anos, mas até mesmo da nossa sociedade, como mudança nos padrões de beleza, moda, cirurgias plásticas,evolução das artes gráficas,etc...
A revista estreou no Brasil em Agosto de 1975, durante o período da ditadura militar, motivo pelo qual adotou o nome de "A Revista do Homem", pois o título original foi vetado pela censura da época, sendo utilizado a partir de Abril de 1977, este é apenas um exemplo dos aspectos de nossa sociedade que podem ser analisados através das capas da revista.
Quem quiser saber mais sobre a revista pode ler aqui , aqui ou no próprio site da revista , pois aqui vou falar um pouco sobre as características de sua fotografia.
Grandes fotógrafos brasileiros já prestaram seus serviços à revista, como Bob Wolfenson, J.R. Duran, Marcio Scavone, Luis Crispino e muitos outros. Sendo assim a revista registra também uma parte da história da fotografia brasileira nos últimos 35 anos.
Neste tempo saimos do processo físico-químico para o digital, dos retoques em negativos e cópias e montagens no laboratório para o uso do Photoshop.
Entramos agora em uma das discussões mais atuais da fotografia: o uso do Photoshop nas fotografias.Pois ultimamente vários países, incluindo o Brasil, já pensam em criar leis obrigando avisos do retoque na fotografia, ou regulamentando seu uso.
Através das 418 capas, completadas na edição deste mês, podemos observar que mesmo antes do hoje tão falado Photoshop, algumas montagens já estavam presentes na capa da revista, além de um trabalho cuidadoso com luzes e poses que favorecessem as modelos.
Curiosamente observamos que a capa do mês passado, nº 417, realiza uma montagem muito parecida com a da capa nº74 de 1981, quando ninguém pensava ainda em colocar uma fotografia no computador.
Isso nos mostra que a fotografia digital e o Photoshop não são a salvação, muito menos a maldição da fotografia nos dias atuais, mas apenas ferramentas que facilitam a produção das imagens desejadas por fotógrafos, editores e leitores.
O que determina o bom gosto da imagem estampada na capa, além da modelo, é a combinação dos resultados desejados por toda a equipe e sua criatividade no momento de executá-la.
Podemos observar também como um único tema, uma mulher na capa, pode ser interpretada de várias maneiras possíveis por esta equipe. Vemos capas sensuais, delicadas, românticas, insinuantes ou eróticas; várias das formas como o tema nu pode ser retratado.
Muitos dos ensaios são realmente uma obra de arte da fotografia de nu brasileira, enquanto muitos outros apenas se utilizaram do termo nu artístico como um rótulo, se tornando apenas mais um ensaio fotográfico de uma mulher nua.
Neste tempo apenas uma edição, a nº 406, trouxe uma capa em Preto e Branco, o que nos mostra uma opção pela linguagem colorida, ao menos nas capas, o que marca uma das características da revista.
Muitas outras coisas podem ser descobertas com uma passagem por este site, além é claro de ver algumas das mais belas mulheres brasileiras deste período.
Link: Todas as capas da Playboy.
Confira uma seleção especial:
Post retirado do blog Além do Olhar
Autorizado pelo autor que colaborou com o FOTOCOLAGEM gratuitamente.
1 comentários:
o pior é que a única capa em P&B é muito ruim!
bom post! a playboy dos eua tb tenta sempre mostrar uma celebridade, sóq ue aqui é praticamente isso que ela mais mostra.
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