Por: Ranieri Ribeiro
Confira todos os posts do colaborador na seção: Simplicidade da Luz
Um dos grandes responsáveis pelo sucesso ou fracasso de uma fotografia é o uso correto da luz. É tão grande o poder da luz que, pessoas, objetos e cenas podem mudar radicalmente de aparência com uma simples alteração nas condições de iluminação.
Abordaremos a luz como Elemento de Composição da Imagem , fazendo uma interpretação das suas características, podendo a luz ser: Suave; Intensa; Fraca; Difusa; Chapada; Dura, entre outras.
Não há muito rigor na aplicação destes termos, pois a mesma luz pode ser considerada intensa ou fraca por dois fotógrafos com idéias diferentes para cada tipo de luz.
A expressão Luz Chapada , por exemplo, é usada para nomear três formas diversas de iluminação: Luz Solar filtrada; por um céu carregado de nuvens; luz emitida por um Flash montado na câmera ou fora dela; Luz refletida nas áreas de sombra por superfícies claras como a de um muro branco.
Uma maneira mais adequada de se falar em iluminação, é levando em conta as Fontes efetivas de Luz , sejam elas, luz do sol, flash ou superfícies refletoras. A fonte efetiva de luz é um conceito ligado imediatamente a realidade sensível e que tem importância fundamental no âmbito do assunto que estamos tratando, isto porque é a natureza da fonte de luz que determina a qualidade da iluminação, sendo a fonte de luz fator preponderante.
Fala-se em Fonte extensa de luz quando toda a iluminação ambiente provem de um mesmo ponto. Este é o caso do Sol na praia com céu encoberto ,ou uma série de luminárias fluorescentes instaladas em um teto branco. A luz destas fontes se espalham em todas as direções e uma Pequena fonte de luz no outro extremo , é direcional e projeta sombras muito bem definidas. Exemplos disso são o céu brilhante, desimpedido de nuvens, uma lâmpada ou um spot apontado diretamente para o objeto. O Sol a pino, num céu azul de verão é considerado uma fonte de luz pequena, por mais contraditório que isto possa parecer, pois sua sombras não tem profundidade .
Entre esses dois extremos, numa posição intermediária encontra-se a Fonte Média de Luz , esta fonte também emite luz direcional, só que projeta sombras mais fluidas e suaves do que as fontes pequenas. Para se definir melhor o que é uma fonte média, pode-se lançar mão de uma relação entre o seu tamanho e a distância que a separa o assunto iluminado. Assim, a grosso modo ,uma janela de um metro de largura atua como fonte média, se o assunto estiver a um ou dois metros de distância dela.
Para tanto devemos ter cuidado em utiliza-la, rebatê-la , direciona-la ou nos posicionar diante dela. Basta a simplicidade ao invés do controle, a tranquilidade ao invés da impaciência.. Você tem o livre arbítrio para escolhe-la. Você pode controlar a luz com uma simples mudança de ângulo, rebate-la ou direciona-la com rebatedores brancos, dourados ou prateados ou interferir diretamente na luz natural usando uma fonte de luz artificial, como o flash. E conforme sua posição você poderá encontrar um Contra Luz , uma luz direta, ou aproveitar as nuances de cores ao amanhecer, no meio do dia ou no entardecer. E então se deixar penetrar completamente por ela.
A luz está ai, podendo ser a luz do Sol, da lua ou uma luz artificial , cabendo a nós, interpreta-la e registra-la com nossas câmeras tirando o maior proveito das diversas temperaturas de cor que num só dia nos proporciona vários valores carregando a certeza de que se hoje a luz não estava como queríamos,amanhã ou depois conseguiremos a melhor luz.. Afinal, na Terra somos um porto de luz, essa luz divina que nos ilumina , nos aquece e nos guia.
Neste post, ao fazer o ensaio com um casal nos arredores de minha cidade, entre uma troca de roupas e um retoque na maquiagem, deparei-me com uma luz de finalzinho de tarde que chamou minha atenção. Eu sabia que ela poderia desaparecer rapidamente e que poderíamos perder este espetáculo singular. Foi quando em questão de poucos minutos, eu e minha esposa e produtora , rapidamente montamos o cenário para uma foto Still , que seria feita em ambiente externo, pois nossa luz estava prestes a nos deixar. Em mãos, apenas alguns objetos levados pelo casal e aproveitando tudo o que tínhamos no momento montamos o cenário para a foto.
Bom, com tudo no lugar, era só ajustar a câmera e medir a luz, colocar um rebatedor dourado a direita, refletindo a luz do sol para dar uma esquentadinha na cena e.... pronto!!! Lá estava a foto, feita num só click, mas exaustiva e rapidamente estudada em poucos minutos, já que o Sol não nos esperaria. Confesso que um Still em externa nos trouxe um certo desconforto, porque além da altura em que estávamos (uma montanha), contávamos com a adversidade do frio, da fome e dos mosquitos borrachudos que nos incomodavam bastante.
Descemos a montanha na certeza de que trouxemos registrados em nossa câmera e mentes a luz embriagante e cheia de beleza congelada em poucos minutos a luz quente, dourada, suave e simples.
Como disse um poeta “ O artista congelou a luz e ali, podemos ver as dimensões e medir o tamanho dela”.
2 comentários:
Esse é o grande fotógrafo aqui de nossa cidade. Ranieri, continue a nos brindar com posts de qualidade como esse.
Abraços ao site
Gilson Eddy Vieira
Obrigado,grande amigo Gilsom.Vindo de você, só engrandece este tão conceituado blog.Obrigado.
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