Por: Yuri Bittar
Estou envolvido com a fotografia desde 1997 e de forma muito intensa desde 2007. Nestes últimos anos, especialmente depois que comecei a dar aulas de fotografia, comecei a perceber que a fotografia muitas vezes tem um forte efeito terapêutico. Esse efeito terapêutico se manifesta de diferentes formas, dependendo da pessoa, de sua vida e de como ela se envolve com esta arte-técnica de escrever com a luz, fotografia.
Foto: Yuri Bittar
Essa pode ser uma das explicações para o enorme número de fotógrafos amadores que tem surgido, o sucesso das saídas fotográficas e o grande fluxo de fotos disponibilizadas e discutidas na internet, ou seja, a fotografia tem se mostrado como uma terapia, mas não formal, não um programa, mas uma atividade que trás qualidade de vida.
Vou então fazer uma proposta, essa terapia pode acontecer de três forma, momento de lazer, oportunidade para relacionamento humano ou busca de auto-conhecimento.
Momento de lazer
Para muitas pessoas o dia-a-dia é corrido e estressante, sem momentos dedicados a si mesmo. Dedicam-se ao trabalho, à família e quando muito aos estudos. Claro que trabalho, família e estudos são, ou deveriam ser, coisas boas e da maior importância. Mas é preciso ter momentos dedicados a si mesmo, momentos de se fazer algo que não precisa ser feito, mas que é prazeroso, e para cada um essa atividade varia, e é o que se chama de “hobby”, ou seja, uma atividade que não é trabalho, mas é levada a sério, à qual se dedica tempo, esforço e até dinheiro, simplesmente pela paixão.
A fotografia cada vez mais permite às pessoas terem esse momento de lazer, praticar a criatividade, registrar momentos, se aprofundar em temas...
Oportunidade para relacionamento humano
A fotografia também tem aproximado pessoas. Seja nos sites de compartilhamento de imagens, blogs, ou em encontros e saídas fotográficas, uma paixão em comum permite o surgimento de novas amizades, andanças pela cidade, observação do olhar do outro. Com a fotografia como assunto todos nós, especialmente os mais tímidos, podemos melhorar nosso relacionamento com outros.
Busca de auto-conhecimento
Aqui creio que está o maior potencial da fotografia como terapia, possibilitar a reflexão, ou seja, o olhar para dentro de si. Sair por ai fotografando, parando para ver, prestando atenção no lugar em que você vive, já seria um ótimo exercício de auto-conhecimento, mas em alguns casos é até mais que isso.
Ao se concentrar para observar o mundo também olhamos para dentro e nos vemos melhor. O exercício de buscar nossa própria linguagem e a seleção de momentos e imagens que fazemos, nos levam a entender melhor como pensamos. Sim, pois nem todos costumam parar para prestar atenção e perceber como pensam. Não temos o habito de nos conhecer e buscar descobrir uma forma pessoal de comunicação.
Parar e perceber que se gosta de fotografia já é um primeiro passo, é perceber um gosto, algo que lhe dá prazer. Mas não basta isso. É preciso realizar a experiência, seja pelo prazer de realizar uma atividade querida, seja pela realização de uma experiência verdadeira. Como defende Larosa (1), se deixar ser campo para um acontecimento, se deixar ser tocado e até levado e assim ser verdadeiramente alterado.
Cada vez que paramos para fotografar, se fazemos isso com o coração, somos afetados, ou seja, isto atinge nosso lado afetivo, o lado dos sentimentos, da emoção, o lado que nos permite um real contato com outras pessoas, com o mundo e até com Deus. E sim, digo com o coração, pois creio que devemos ir onde o coração nos manda, como em “Vá onde seu coração mandar” (2), onde uma avó revê sua vida e percebe que tomou o rumo errado, que não foi o rumo do coração. Mas como no livro sempre há tempo para retomarmos esse rumo, como nos explica o professor Dante Marcello Claramonte Gallian (3), numa belíssima reflexão sobre a santidade, ou seja, o caminho ideal para a vida.
Muitas pessoas usam a fotografia para se expressar, quando muitas vezes de outras formas não dão conta de extravasar, passar uma mensagem, até para si mesmos. A fotografia digital tornou o auto-retrato mais presente, e as vezes essa é uma forma de mostrar sentimentos difíceis de expressarem em palavras. É uma forma de se reconhecer, de se entender.
Vou então fazer uma proposta, essa terapia pode acontecer de três forma, momento de lazer, oportunidade para relacionamento humano ou busca de auto-conhecimento.
Momento de lazer
Para muitas pessoas o dia-a-dia é corrido e estressante, sem momentos dedicados a si mesmo. Dedicam-se ao trabalho, à família e quando muito aos estudos. Claro que trabalho, família e estudos são, ou deveriam ser, coisas boas e da maior importância. Mas é preciso ter momentos dedicados a si mesmo, momentos de se fazer algo que não precisa ser feito, mas que é prazeroso, e para cada um essa atividade varia, e é o que se chama de “hobby”, ou seja, uma atividade que não é trabalho, mas é levada a sério, à qual se dedica tempo, esforço e até dinheiro, simplesmente pela paixão.
A fotografia cada vez mais permite às pessoas terem esse momento de lazer, praticar a criatividade, registrar momentos, se aprofundar em temas...
Oportunidade para relacionamento humano
A fotografia também tem aproximado pessoas. Seja nos sites de compartilhamento de imagens, blogs, ou em encontros e saídas fotográficas, uma paixão em comum permite o surgimento de novas amizades, andanças pela cidade, observação do olhar do outro. Com a fotografia como assunto todos nós, especialmente os mais tímidos, podemos melhorar nosso relacionamento com outros.
Busca de auto-conhecimento
Aqui creio que está o maior potencial da fotografia como terapia, possibilitar a reflexão, ou seja, o olhar para dentro de si. Sair por ai fotografando, parando para ver, prestando atenção no lugar em que você vive, já seria um ótimo exercício de auto-conhecimento, mas em alguns casos é até mais que isso.
Ao se concentrar para observar o mundo também olhamos para dentro e nos vemos melhor. O exercício de buscar nossa própria linguagem e a seleção de momentos e imagens que fazemos, nos levam a entender melhor como pensamos. Sim, pois nem todos costumam parar para prestar atenção e perceber como pensam. Não temos o habito de nos conhecer e buscar descobrir uma forma pessoal de comunicação.
Parar e perceber que se gosta de fotografia já é um primeiro passo, é perceber um gosto, algo que lhe dá prazer. Mas não basta isso. É preciso realizar a experiência, seja pelo prazer de realizar uma atividade querida, seja pela realização de uma experiência verdadeira. Como defende Larosa (1), se deixar ser campo para um acontecimento, se deixar ser tocado e até levado e assim ser verdadeiramente alterado.
Cada vez que paramos para fotografar, se fazemos isso com o coração, somos afetados, ou seja, isto atinge nosso lado afetivo, o lado dos sentimentos, da emoção, o lado que nos permite um real contato com outras pessoas, com o mundo e até com Deus. E sim, digo com o coração, pois creio que devemos ir onde o coração nos manda, como em “Vá onde seu coração mandar” (2), onde uma avó revê sua vida e percebe que tomou o rumo errado, que não foi o rumo do coração. Mas como no livro sempre há tempo para retomarmos esse rumo, como nos explica o professor Dante Marcello Claramonte Gallian (3), numa belíssima reflexão sobre a santidade, ou seja, o caminho ideal para a vida.
Muitas pessoas usam a fotografia para se expressar, quando muitas vezes de outras formas não dão conta de extravasar, passar uma mensagem, até para si mesmos. A fotografia digital tornou o auto-retrato mais presente, e as vezes essa é uma forma de mostrar sentimentos difíceis de expressarem em palavras. É uma forma de se reconhecer, de se entender.
Foto: Silvia Soldi
Seja para se divertir, fazer amigos, se expressar ou se conhecer melhor, a fotografia é um instrumento terapêutico com grande potencial!
Referências:
1. Larrosa, Bondia, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista. Brasileira de Educação. Campinas: Autores Associados, nº 19. p. 20-28. Jan./Abr. 2002
2. Tamaro, Susanna. Vá Aonde Seu Coração Mandar. Rocco, __________, 1995
3. Gallian, Dante Marcello Claramonte. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta... http://labhum.blogspot.com/2009/12/da-pois-teu-servo-um-coracao-que-escuta.html
Yuri Bittar
Designer / Fotógrafo / Historiador
http://www.yuribittar.com/
http://fotoideia.blogspot.com
http://www.flickr.com/photos/yuribittar
http://labhum.blogspot.com/
Referências:
1. Larrosa, Bondia, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista. Brasileira de Educação. Campinas: Autores Associados, nº 19. p. 20-28. Jan./Abr. 2002
2. Tamaro, Susanna. Vá Aonde Seu Coração Mandar. Rocco, __________, 1995
3. Gallian, Dante Marcello Claramonte. Dá, pois, a teu servo um coração que escuta... http://labhum.blogspot.com/2009/12/da-pois-teu-servo-um-coracao-que-escuta.html
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1 comentários:
Eu não iria tão longe e dizer que a fotografia é também uma terapia. A fotografia é um exercício criativo, e não um esvaziamento do ser para vasculharmos e enfrentarmos nossos maiores medos, angústias e desafios interiores (e para tal empreendimento não necessitamos de uma máquina, seja fotográfica ou de qualquer outro recurso). O fotografar em si não causa mudança no ser.
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