Fonte: BBC Brasil
Dois fotógrafos premiados internacionalmente foram mortos enquanto cobriam o conflito na cidade de Misrata, na Líbia, um dos principais focos do conflito no país.
O britânico Tim Hetherington, de 40 anos, teria sido morto em um ataque de granada. O americano Chris Hondros, de 41, também morreu no ataque, que deixou dois outros fotógrafos feridos.
Hetherington foi co-diretor do documentário de guerra Restrepo, indicado ao Oscar. A equipe de Restrepo acompanhou um pelotão em combate em áreas perigosas do Afeganistão.
Hondros, por sua vez, que trabalhava na Líbia como colaborador da agência de fotografia Getty, tinha ganhado a medalha Robert Capa, que premia fotos de guerra.
James Brabazon, que trabalhou com Hetherington em Restrepo, e vinha trocando emails com ele até o dia de sua morte, disse:
"Ele era extremamente talentoso, experiente e dedicado".
Ele afirmou que Hetherington estava trabalhando para a revista Vanity Fair na Líbia. "Ele foi por razões humanitárias. Ele foi para lançar luz sobre uma situação muito confusa".
O fotógrafo Guy Martin, da agência Panos, foi ferido com gravidade no mesmo ataque, e o fotógrafo freelancer Michael Brown sofreu ferimentos leves.
‘Ataques indiscriminados’
Misrata, terceira maior cidade da Líbia, tem sido nas últimas semanas palco de intensos confrontos entre rebeldes e as forças do líder Muamar Khadafi, que isolaram a cidade.
Nesta quarta-feira, o hospital da cidade contabilizou seis mortos e 60 feridos nos combates. A maioria das vítimas foi atingida por franco-atiradores.
Um médico disse à correspondente da BBC Orla Guerin que a equipe médica local está exaurida e pediu ajuda internacional.
Na última terça, Hetherington havia postado no Twitter que as forças pró-Khadafi estavam promovendo “ataques indiscriminados” em Misrata.
Segundo o TheNew York Times, a morte do fotógrafo cineasta repercutiu intensamente em muitos círculos, principalmente entre jornalistas, agentes humanitários e vítimas de distintas guerras que Hetherington conheceu ao longo de sua carreira - ele havia coberto conflitos também na Libéria, no Afeganistão e em Darfur, no Sudão.
“(Sua morte) é uma perda pessoal para muitos de nós”, disse Kenneth Roth, diretor-executivo da Human Rights Watch. “Mas é também uma perda devastadora para a comunidade de direitos humanos. Seu trabalho deu visibilidade a muitos dos conflitos esquecidos no mundo.”
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