Fonte: Mol-Tagge - Arte e Cultura
Aparentemente contraditórios, surrealismo e fotografia se encontraram e se uniram numa exposição visual única. Na verdade, o surrealismo nunca buscou fugir à realidade, mas aprofundar-se nela. Por outro lado, a fotografia pode ser mais e estar além de uma simples representação gráfica. Fotografia surrealista foi o resultado desse encontro.
O surrealismo, contrário às forças da razão, que bloqueavam o acesso à imaginação e aos poderes criativos do inconsciente [segundo seus adeptos], usavam [e abusavam!], do êxtase [fosse por estímulos sexuais ou toxicológicos], dos sonhos e da loucura. Na fotografia, foi assumido a partir das obras de Man Ray, Lee Miller, Maurice Tabard, Hans Bellmer, Dora Maar, Raoul Ubac e o mexicano Manuel Álvarez Bravo.
Ainda podem ser citados: André Kertész, Henri Cartier-Bresson, Emilia Medková (Checoslováquia), Frederick Sommer (Arizona), e John Laughlin (Nova Orleans).
As técnicas e os fotógrafos surrealistas
A estranheza nas fotografias surrealistas chegou através de diversas técnicas, principalmente as de diferencial de luz e lentes. Man Ray (com seus fotogramas Rayograph), Lee Miller e Maurice Tabard usaram dupla exposição, combinação de impressão, montagens, solarização. Hans Bellmer, fotografou suas estranhas bonecas mecânicas. Dora Maar inverteu [tipicamente surrealista] e travestiu, o feio em bonito, e vise-versa. Raoul Ubac solarizou e “fotomontou”, criando multicamadas, imagens convulsivas.
Mas o que ampliou o surrealismo fotográfico foi a percepção de que o prosaico, o comum, o cotidiano, poderia ser surreal apenas diante da sensibilidade do artista. Nessa perspectiva, Eugène Atget foi o primeiro grande surrealista.
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