Estereoscópico
O sentido da visão é obtido no cérebro humano através da pupila, que recebe os raios paralelos e os concentra sobre a superfície da retina formando assim as imagens. O olho humano foi a grande inspiração para que o homem, após milênios de pesquisas, pudesse finalmente se ser capaz de construir um instrumento que imitasse a vida.
Embora a fotografia resgate a fidelidade das cenas fotografadas, ainda é bidimensional, a sensação de profundidade visual é uma ilusão resultante da perspectiva, do volume e dos diferentes tons e matizes reproduzidos pela objetiva.
Para aumentar essa sensação do real, utiliza-se a técnica da estereoscopia, que envolve mecanismos visual binoculares, parecidos com o do ser humano, para criar uma sensação de profundidade a partir de duas imagens do mesmo objeto representado através de diferentes perspectivas.
Para compreender melhor esse fato, basta fechar um olho e observar uma determinada paisagem... O efeito de profundidade visual é automaticamente anulado! Para isso, quando fotografamos devemos pesquisar visualmente nosso tema e procurar o angulo que apresente melhor resultado visual possível... Essas necessidades foram essenciais para criar o estereoscópico.
O primeiro instrumento foi projetado em 1837, por F. A. Elliot, antes da invenção oficial da fotografia. O princípio era muito simples: cada olho humano capta a imagem de diferente angulo, e é justamente na fusão dessas duas imagens que teremos a sensação da tridimensionalidade. Após Elliot, outros, como
Wheatstone, em 1838, continuaram a pesquisar essa nova técnica com duplicatas de desenhos e pinturas matematicamente calculados para produzir o efeito tridimensional.
A maioria da classe média ascendente dessa época se orgulhava de possuir esse novo aparelho. Famílias, amigos ficavam impressionados com os resultados do novo engenho. As pirâmides do Egito, cenas das principais avenidas de Paris, as maravilhas da China, paisagens da Terra Santa – todas com grande realismo, com vida e notável senso de perspectiva.
O principio originalmente descrito por Elliot, baseava-se em um antigo fenômeno: os olhos recebem duas imagens ligeiramente diferentes de uma cena, que são interagidas pelo cérebro, numa única imagem tridimensional.
Portanto, duas fotografias, do mesmo assunto, aparentemente iguais, observadas por cada olho, criavam a sensação real de profundidade, quando observadas através do estereoscópio.
O fabricante de equipamentos ópticos inglês foi um dos pioneiros a construir cameras especiais para essa revolucionária técnica: o invento, patenteado em 1856, possibilitava fotografar ao mesmo tempo através de duas objetivas cuidadosamente separadas.
Havia modelos de luxo, com pedestal e modelos mais comuns e baratos, segurando com as mãos.
A magia do cinema, no início do século XX, foi desviando a atenção desse público, sempre a procura de maior realismo e impacto.
Mas, a esterioscopia não ficaria esquecida por muito tempo. Já no início da década de 50, a Indústria Cinematográfica de Hollywood, lançava o Cinema em Três Dimensões, onde os espectadores se entusiasmavam com os resultados, usando óculos especiais durante as projeções.
No início de 80, surge a holografia. Adequando á óptica fotográfica ao sistema de feixes de lazer, obtinha-se a imagem tridimensional projetada no espaço ou em suportes especiais.
Mas, como o custo dessa tecnologia era muito alto, a partir de 95, usando câmeras profissionais analógicas de médio e grande formato, com equipamentos especiais, consegue-se aperfeiçoar cartazes, outdoors e back lights publicitários diretamente em suporte próprio, sem necessidade de instrumentos adicionais para apreciar seus efeitos. Mas esta nova técnica não durou muito tempo, devido a popularização da fotografia digital.
A partir de 2010, a viabilidade econômica da imagem 3D digital adentra o mercado. Em outras palavras, velha proposta, agora com roupa nova.
Fonte: Enio Leite
Mestre e fundador da escola de fotografia mais tradicional de São Paulo Focus Foto, acesse o site e confira as novidades dos cursos!
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