O mundo físico onde vivemos é uma constante interação de partículas elementares, átomos, moléculas, forças de naturezas diversas e campos de interações.
Todo esse universo de interações que se modifica permanentemente é o nosso mundo, nosso universo com bilhões de galáxias e suas bilhões de estrelas. Um universo misterioso, imenso, muito vazio e frio. Nosso contato com esse universo é feito através de nossos sentidos que foram desenvolvidos em milhões de anos de evolução. Esses sentidos, apesar de suas limitações nos tornaram aptos e bem adaptados, nos fizeram a espécie dominante no planeta.
É através destes sentidos e de suas extensões, isto é, nossos aparelhos de medidas, que interpretamos o mundo.
Como o mundo é interpretado e quais são suas conseqüências é uma questão fundamental.
A fotografia, por exemplo, é um de nossos sistemas auxiliares na interpretação do mundo. Usando a fotografia fomos capazes de identificar objetos astronômicos que eram inacessíveis ao olho humano mesmo com o uso de telescópios. Usando filmes fotográficos pudemos fazer longas exposições através de telescópios e assim, objetos muito tênues tornaram-se visíveis. Foi a fotografia que no final do século XIX e começo do século XX permitiu às multidões conhecerem aspectos curiosos e fantásticos de mundos distantes da Europa e dos Estados Unidos onde a fotografia se desenvolveu mais rapidamente.
Enfim, a fotografia nos permite entender parte daquilo que nos cerca.
Mas como a fotografia retêm , guarda e nos apresenta seus segredos?
Nossa visão e nossos sistemas fotográficos são analógicos ou digitais?
Um sistema é considerado analógico quando suas medidas, isto é, aquilo que o sistema pode perceber ou detectar varia de uma forma contínua, sem mudanças abruptas.
Um sistema é digital quando suas medidas variam aos saltos, isto é, de uma forma não contínua.
Variação de intensidade luminosa representada de forma contínua entre o preto e o branco
Variação de intensidade luminosa representada de forma descontínua entre o preto e o branco
De forma geral, imagina-se que nossos olhos funcionam como sistemas analógicos, isto é, são capazes de perceber variações de brilho ou luminosidade de forma contínua, mas não é o caso.
Na realidade o olho humano é capaz de perceber entre o preto e o branco de uma cena, aproximadamente 650 intervalos de brilho ou luminosidade. Ou seja: o olho humano, na verdade, funciona como um sistema digital. Uma câmera fotográfica digital de 8 bits produzir 256 (28) tons em preto e branco e o olho ao perceber aproximadamente 650 tons funciona como um sistema digital de 9,3 bits.
Variação de intensidade luminosa que pode ser percebida pelo olho humano
Câmeras digitais mais sofisticadas são capazes de codificar a luz em 12 ou 14 bits, isto é produzem um número de tons bem superior ao que o nosso olho pode perceber.
Da mesma forma que acontece com a visão, nossos outros sentidos como a audição, também variam aos saltos.
Neste sentido somos seres digitais!
Fonte: Thales Trigo
Fotógrafo convidado pela escola FullFrame para abrir este diálogo entre os leitores!
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