Por: MOA
Com mais de 150 anos, a fotografia continua exercendo um papel fundamental na criação de imagens inusitadas através da percepção dos artistas.
Para que ela fosse popularizada e comercialmente difundida, os fabricantes padronizaram as máquinas, acessórios e insumos para que as pessoas mesmo não sendo apaixonados por imagens, pudesse de uma forma registrar alguns momentos que só a fotografia consegue em sua plenitude.
Com todo esse aparato de técnicas apropriadas para sugar o melhor da luz, os artistas inconformados com o trivial, começaram a modificar a maneira de pensar fotografia e a desconstrução da forma iniciou um novo período nesse mágico campo de arte fotográfica.
A poética adentrou na câmera escura proporcionando a captura da luz com uma aferição contrária ao proposto ao longo dos anos para se obter um padrão fotográfico na linha popular.
Nascia a pintura fotográfica, pincelar com a luz a magia que o tempo através do obturador e diafragma, para imantar a sutileza, a loucura e a magia que nossos olhos só conseguem enxergar através da paralisação do tempo em uma fração de segundo ou mais.
A câmera fotográfica juntamente com o pensar e algumas formas de luzes e movimentos, se aliaram para provocar e povoar situações inusitadas através dos clicks e os fotógrafos se tornaram pintores imagéticos encantando com a dissolução das técnicas em novas formas de interagir com o real e torná-lo irreal sólido.
Existem alguns princípios básicos para a utilização da câmera fotográfica que fora construída para capturar uma fração de segundo e eternizá-la com as mesmas características que nossos olhos observam, isso não quer dizer que não possamos desativar esse sistema básico e propor novas técnicas através de pseudos erros e reinventar uma maneira própria de fazer fotografia e para isso é imprescindível que se conheçam as técnicas para que a proposta dessa desconstrução não seja mera coincidência e sim, uma poesia de luz a invadir a câmera de uma forma provocativa , sensual, sensitiva etc.
Um grande mago do cinema brasileiro”Glauber Rocha” dizia que para se fazer cinema bastava uma câmera na mão e uma idéia na cabeça e parodiando esse gênio eu digo que para fazer fotografia, precisamos apenas de uma câmera na mão e o disparar do coração através de um simples click.
A revolução fotográfica começa na fermentação de nossos neurotransmissores rebuscando os pixels que se guardam feito óvulos prontos pra ser fecundados através de nossas idéias e nessa relação que dará vida as imagens é mister que essa interação seja reagente com o tempo e a luz que se unem e procriam o nascimento da fotografia contemporânea.
Vamos desconstruir a geometria clássica para que a poesia concreta possa invadir nossas cabeças e nossos corações através de uma pintura virtual a ser feita quando disparamos o gatilho de nossas cabeças.
Fotografar é beijar a luz fragmentando o tempo com cores e tons e surgem com o pensar e o dançar em nossas cabeças provocando e excitando os grãos e os pixels.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Fotografia Incidental
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Eduardo Chaves
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10 comentários:
Moa, você é o máximo!
Abçs
Egydio
Adorei Moa!
muito, muito bom!
Poesia pura!
abração.
Moa, o seu artigo é de uma pessoa que não apenas conhece a fotografia e seu processo mas também de quem tem dedicado a vida a ela com paixão.
Abraço
Hilario
Moa, parabéns!!!
Um ótimo artigo para abrir nossas mentes, e saber que cliques não são apenas cliques, são imersões em um mundo particular e ao mesmo tempo público, porém, apenas aquele que olha através da lente é o que irá captar aquela fração de segundo e irá emergir no mundo da luz...
Parabéns, me orgulho em ser seu aluno...um dia contarei aos meus filhos que tive um bom professor...
ah... Pal 3 x 0 Cor
Abraço.
Parabéns Moa!
Admiro muito seu trabalho e sua sensibilidade de conseguir captar tão bem as palavras quanto em um click.
Belo artigo, espero que venham muito mais.
Beijos
Lady
Simplesmente fantástico!
Adorei... =)
Certa vez ouvi dizerem que não existe "Dom". Mas quando conhecemos pessoas como você que são brilhantes no que fazem, não dá pra não acreditar em dom.
Parabéns Moa!!!
Excelente.
O engraçado é que certa vez eu fiz uma analogia semelhante com a história dos pixels... Eu disse que os fragmentos de imagens em cada pixel são como sêmens que ao atingirem o óvulo ocular geram prazeres e nasce o saber, cogitar, ser.
Fotografo, Logo, Existo.
:-)
Abraços!!!!!!!!!
Gostei bastante do artigo. Nunca havia parado pra pensar como pode ser positiva a massificação da fotografia, causando esse desconforto nos artistas.
Só achei um pouquinho de exagero os "pixels como óvulos". :)
Moa, querido amigo e professor, parabéns!
Que sensibilidade, rapaz!
Você é um grande poeta e um grande fotógrafo!
Bjs, Conceição.
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