Por: MOA
Se a Monalisa fosse retratada por um fotógrafo, ela teria um snoot na cabeça dois refletores nas laterais simulando uma luz de Rembrant e uma luz principal a 15º de inclinação para que seu rosto deslumbrasse a tridimensionalidade como as pinceladas de Da Vince.
O tom de pele esmaecido em amarelo seria conseguido com o wb da máquina fotográfica em luz do sol (5500 k) , utilizando uma lâmpada photoflood de 3200 kelvins, essa diferença provocaria a cor que se desenharia em tons não automáticos os quais são corrigidos pela nossa visão.
A qualidade da luz que determina o lumiar das cores, é o segredo dos mistérios da sedução fotográfica quando ela nos atinge com sua magia de ser capturada ao disparo do obturador.
Luz e tempo fragmentados na liquidificação da alma, em instantes nos proporciona o carinho fecundado em pixels distribuídos matematicamente em um CCD ou CMOS embora a geométrica esteja organizada precisamente, a fotografia desconstrói essa organização reconstruindo imagens que não se repetem e não se edificam se não capturadas em momento único.
Quando essa fragmentação do tempo repousa na parede da câmera escura, nasce a fotografia que pode ser ampliada com qualidade inversamente proporcional ao seu tamanho natural e dependendo dos critérios adotados, essa perda de qualidade beneficia o conceito em que foi edificado como imagem, produzindo ruídos geniais.
Nossos olhos denunciam a construção formatado em nossas cabeças, a câmera é simplesmente a extensão do olhar e o disparo certeiro em que ajustamos nossos sentimentos e afloramos a poesia imagética que nos traz o registro da fotografia.
Até o tempo que conspira com o universo, respeita esse momento e paralisa diante da manifestação poética da reação química ou digital resultando em desenho de luz.
“ A fotografia é a manifestação da nossa alma. A câmera é somente a extensão de nossas mãos”
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Pequeno discurso poético sobre a fotografia
Publicado por
Eduardo Chaves
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3 comentários:
Que bom é ler isso, mentalmente fui montando o estúdio no qual a Mona ia entrar, sentar e se deixar retratar. Essa é a mágica de um texto e das imagens. O tempo não se torna importante, a sensação sim. Adorei. O Leonardo ia se divertir com uma camera na mão, há se ia!!! Obrigado e abrcs.
Olha só Moacir:
Se Leonardo da Vinci tivesse acesso às modalidades tecnológicas que foram desenvolvidas após sua passagem pela terra (digamos que vivesse hoje) creio que diante dos fatos presentes a Mona Lisa certamente iria cobrar direitos sobre a imagem e ( se morasse no Brasil) estaria na Globo.
Dificilmente na Record.
Onde andam os gênios?
Abçs Egydio
Oi Moa
Li e gostei do texto que voce escreveu. O inicio sobre a concepcao 'fotografica' do Da Vinci e' otimo. Alias, o David Hochney, o pintor pop ingles das piscinas e dos splashes, que e' um tremendo intelectual e um fantastico fotografo, escreveu un livro exatamente sobre esse tema (voce conhece as multi-colagens de fotografias polaroids formando enormes paisagens que ele produziu anos atras?). O HOckney fez uma pesquisa baseada em centenas de imagens de quadros dos 500 pra la' e 'descobriu' quanto a camera obscura (a prima pobre e rudimentar da fotografia) foi usada por quase todos os artistas do renascimento pra la' gracas ao desenvolvimento da otica e do uso de lentes. O livro obviamente se chama 'Conhecimento Secreto'.
Muito bonito como voce coloca a idea atras do olhar.
Ta' cada vez melhor!
Abracos
Carlos
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