Por: Ranieri Ribeiro
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Como seria olharmos e fotografarmos a natureza em apenas duas cores? Ou melhor, em três cores; o preto, o branco e o cinza.
Fomos contaminados pela fotografia! Nos dias de hoje, praticamente todos tem uma câmera nas mãos. Seja nos modernos telefones celulares, ou nas pequenas câmeras portáteis que, quase todas as pessoas, carregam no bolso ou na bolsa.Não querem perder “aquela foto”, do seu filho, marido, ou quando a “turma” se reúne nos finais de semana para um churrasco, regado a uma cervejinha bem gelada, em suas viagens de fim de semana, shows escola, e muitas outras aplicações da fotografia no âmbito familiar e porque não; informativo também.
E quantas dessas fotos não vão parar em jornais e revistas porque “fulano” fez uma foto de um acidente ou de uma personalidade famosa em situações nada confortáveis e vão parar direto na mídia e “só ele” estava lá com sua “XERETA”(substituídas hoje pelas minúsculas câmeras digitais e celulares), lembram?? Só “ele” tem “A FOTO”.
Revendo o assunto, porque a fotografia preto e branco mexe e intriga tantas pessoas? Se temos bilhões de cores à nossa disposição, porque uma fotografia que foi quase banida, quando surgiu a foto em cores no mercado, levando bem próximo a extinção a fotografia em P/B? E, hoje ela é dotada de tanto “glamour”, que muitos fotógrafos só expõem suas fotos em P/B.
Transformamos uma foto em cores para P/B em alguns minutos, nos programas que nos são oferecidos. Mas ainda existem muitos fotógrafos que fazem suas fotos em P/B como o velho e bom filme em película TRI X, e ainda conseguem um laboratorista (em extinção),que dominam a técnica do quartinho escuro, químicos e papéis que também estão cada vez mais difíceis de serem encontrados no mercado .
Já outros, usam mesmo os novos programas para tratamento de fotografia e ignoram ou mesmo, desconhecem a história do filme e sua revelação e da transformação em P/B, apenas apertam um botão, e como um toque de magia, ali está a foto em preto e branco.
Afora o saudosismo, mas só quem enfrentou “aquele” quartinho pequeno e escuro inalando o cheiro de químicos e forçando os olhos à procura do melhor foco para aquela foto, e para revelar um filme de “36” poses. Eram horas e horas dentro desse quartinho, que perdiam a noção do tempo, chegando a ficar “preso”, longos períodos chegando a varar madrugadas para conseguir o melhor efeito.
Fotógrafos como Cartier-Bressom, Ansel Adans, Sebastião Salgado,são admirados e imitados até hoje e são leitura obrigatória em qualquer curso “respeitável” de fotografia. A fotografia P/B que chegou a ser chamada de “FINE ART”, pelas suas texturas e detalhes, onde era quase possível sentir o frescor de uma cachoeira, ou o cheiro de sangue em uma foto de guerra, trazendo à luz os sais de prata de imagens que pareciam ter vida.
A tecnologia nos proporciona chegarmos “quase” ou totalmente a uma fotografia em P/B no computador e tratada exaustivamente pelos designers conhecedores de vários programas de tratamento de imagens que possuindo técnica e conhecimento também fazem trabalhos admiráveis.
Lembro-me de uma frase dita por um fotógrafo desconhecido: “NA FOTOGRAFIA DEVEMOS CHEGAR AO MÁXIMO DA TÉCNICA.PARA DEPOIS ESQUECÊ-LA”. Ver fotos coloridas do por do sol, tons seculares das matas, montanhas, flores, etc, é o caminho inicial para quem acredita na fotografia P/B,como arte, ou como objeto de delírio.
Portanto, se a proposta não é o filosofar tanto, acreditem que só é possível entender a complexidade das cores se aceitarmos que o PRETO é a absorção de todas elas e o BRANCO, sua reflexão.Isto nos faz criar uma fotografia em P/B que hoje, como elemento informativo, nos privilegia com grandes imagens e também às vezes com imagens de gostos duvidosos.
Como disse José Medeiros, fotógrafo de cinema brasileiro: “A COR SATISFAZ OLHOS MEDÍOCRES, MASSACRANDO A REALIDADE. O MUNDO É TÃO EM PRETO E BRANCO...”
quarta-feira, 30 de junho de 2010
A fotografia em preto e branco
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Deborah Silva
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3 comentários:
Bom, desde que nascemos vimos um mundo colorido, aprendemos com as cores nossas emoções. O mundo colorido é mágico e o mundo preto e branco de fato nos faz pensar a respeito da vida, mas, de uma forma introspectiva. agora com relação as pessoas, elas gostam de fotografar, de ter este poder de prender as formas, de registrar pensamentos e sensações. A fotografia é uma forma de arte viva e alcance de todos, as vezes encontramos pessoas que são mais felizes tirando fotos do que aparecendo nelas, e são pessoas comuns, acham graça de fotografar, na realidade acham graça de ter este poder.
Fotógrafos como Cartier-Bressom, Ansel Adans, Sebastião Salgado,são admirados e imitados até hoje e são leitura obrigatória em qualquer curso “respeitável” de fotografia...
Discordo de Salgado fazer parte da Lista..
veja os trabalhos de Lewis Hine e veja em quem devemos nos inspirar...no mesmo cara que inspirou Salgado...
da vontade de escrever " a história secreta de Salgado"...
Do tiro à Glória..
ele estava do lado do cara que ia atirar em Reagan..
Comprou o apto em Paris com o din din das fotos..
nem chega aos pés de Cartier e muito menos de Ansel Adams, um gênio...
abração
Oi,Ricardo.Obrigado por ter comentado minha matéria.Também concordo com vc sobre o que disse sobre S.Salgado.
Citei ele nessa matéria por ser um fotógrafo mineiro,brasileiro e por ter se sobressaido mundialmente na área do fotojornalismo e na fotodocumentação,e não o comparando-o a A.Adams e nem a C.Bressom,que indiscutívelmente são os MESTRES DA FOTOGRAFIA.
Conheço também os trabalhos de Lewis Hine,sem dúvidas outro grande ÍCONE da fotografia!!!
Abração e volte mais vezes!!!
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