Fonte: Agência Estado
Início do gênero no país e cena contemporânea abrangem imagens expostas
Barão Vermelho, com Cazuza
Foto: Divulgação
Barão Vermelho, com Cazuza
Foto: Divulgação
Nada mais adequado do que a Galeria do Rock, histórico ponto de encontro no centro da cidade de São Paulo, para abrigar uma extensa exposição de imagens desses cerca de 50 anos em que o gênero chegou ao Brasil e mexeu com a juventude. A partir de hoje a mostra "Click, o Rock Brasileiro – História em Imagens" vai ocupar a galeria com imagens antológicas, raras e inéditas. Quem está por trás do projeto é gente que há tempos está envolvida com esse tipo de música. A realização é da Planmusic, de Luiz Oscar Niemeyer, e a curadoria é de Mauricio Valladares, que além de fotógrafo é DJ e criador do famoso programa de rádio Ronca Ronca, no Rio.
"Procurei mostrar um corpo de imagens que não são muito conhecidas, que você não vê muito na imprensa nem em capas de discos. Se a gente vai contar a história do rock brasileiro por meio de fotografias, que isso cause uma sensação de novidade, uma informação nova. Essa foi a linha que eu procurei seguir", diz o curador.
A história do rock no Brasil começa com a gravação do clássico que tomou o mundo, "Rock Around the Clock", de Bill Haley, pela rainha da fossa Nora Ney, em 1955. O primeiro rock genuinamente brasileiro, "Rock’n’Roll em Copacabana" (Miguel Gustavo), foi gravado em 1957 por outro grande cantor, que também vinha de outra praia sonora, Cauby Peixoto. A partir daí, artistas jovens como Tony e Celly Campello, Sérgio Murillo e outros abriram caminho para a febre que tomaria a década de 1960.
Com o programa Jovem Guarda, foi a vez do iê-iê-iê (rótulo "traduzido" do yeah yeah yeah de "She Loves You", dos Beatles), espécie de rock tão ingênuo quanto o de Celly Campello, pelas mãos de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e seus congêneres. Os tropicalistas, com a força criativa dos Mutantes, que acompanhavam Gilberto Gil, e os Beat Boys, escolhidos por Caetano Veloso, deram um ar mais "brasileiro", digamos, ao gênero. Tudo o que surgiu depois vem na brecha aberta por eles - Novos Baianos, Secos & Molhados, Raul Seixas, Alceu Valença, Sá, Rodrix & Guarabyra, Luiz Melodia e Tutti Frutti, entre muitos outros.
Estagnado e fora do ar por um período, o rock retomou a linha de frente no Brasil com a Blitz, o Barão Vermelho, Lobão, Paralamas, Titãs, Ultraje a Rigor, Legião Urbana. Hoje, o gênero mantém a garra com diversas mulheres herdeiras de Rita Lee, como a baiana Pitty, uma das mais bem-sucedidas no cenário do rock brasileiro atual.
Quem for à exposição pode sentir falta de um ou outro grande artista ou banda, não por vontade do curador, mas por força das circunstâncias. A mostra é o terceiro produto de um projeto, que foi lançado em livro e um documentário, ambos em 2009.
Serviço – "Click! o Rock Brasileiro - História em Imagens". São Paulo, Galeria do Rock (Rua 24 de Maio, 62, Centro). Tel.: (11) 3222-9984. Das 10h às 19h (sábados, das 10h às 17h; fechado aos domingos). Grátis. Até 27 de novembro de 2010.
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