Fonte: Estadão
Para a Vogue da França, tirada em Paris em 1975, criação de Yves Saint-Laurent foi fotografada por Helmut Newton.
Divulgação /DIV
Divulgação /DIV
Foram quatro anos de negociações entre a CosacNaify e a editora Acte Sud para poder trazer ao Brasil em versão traduzida a coleção de livros Photo Poche, que chega às livrarias a partir de hoje. "São livros de grande qualidade que narram a história da fotografia e abrem espaço para novas iniciativas neste setor", comenta Cassiano Elek Machado, diretor editorial da Cosac.
Criada em 1982 em Paris pelo editor de livros Rober Delpire, foi inicialmente publicada pelo Centre Nationale de la Photographie, órgão ligado ao Ministério da Cultura com a finalidade de difundir a fotografia como expressão. Com mais de 150 livros publicados em 3 coleções (Histórias, Notas e Sociedade)e um dos projetos editoriais em fotografia mais difundidos do mundo, é refêrencia para qualquer estudo ou pesquisa sobre a área.
Inicialmente serão lançados cinco volumes: Henry Cartier-Bresson, Sebastião Salgado, Man Ray, Helmut Newton e Eliott Erwitt. Como toda e qualquer seleção, a escolha dos primeiros autores - que não segue a cronologia da coleção francesa - se deu a partir de uma reflexão entre a história da fotografia e a história da própria editora, há tempos ligada ao gênero. "Optamos por Cartier-Bresson por já termos publicados livros sobre o autor e por acharmos que ele representa o fotojornalismo do século 20; Sebastião Salgado, por ter sido o primeiro brasileiro a entrar na coleção; Man Ray por termos também uma ligação com livros sobre o surrealismo; Helmut Newton como representante da moda; e Elliot Erwitt, também fotojornalista, mas que esteve muitas vezes no Brasil", diz Machado.
Um bom início que abarca também diferentes estéticas em períodos históricos distintos, abrindo assim um panorama que vai do jornalismo à moda, passando pela fotografia autoral. Ao mesmo tempo, são nomes já mais conhecidos do público em geral - o que facilita também sua entrada no pais.
A coleção, que já é publicada em 7 países no mundo todo, se destaca por ser temática, evidenciar o autor e valorizar a fotografia como forma de expressão. "Sua edição incentivou sobretudo a difusão de uma fotografia na qual a marca e o estilo pessoal foram vistos como símbolo de valor estético nas imagens, contribuindo para A elaboração de critérios de distinção entre s simples operação da câmara fotográfica e o ato da criação", escreve a brasileira Sabrina Moura (que foi pesquisadora de políticas culturais e fotografia no departamento de Artes Plásticas na Universidade Paris VIII e atualmente trabalha no MoMA em Nova York) em sua dissertação de mestrado, A Edição da Coleção Photo Poche e as Políticas Culturais em Favor da Fotografia na França.
Um panorama fotográfico que abrange a fotografia mundial, evidentemente com mais ênfase para a criação francesa e americana, e em especial aos fotógrafos que fizeram ou fazem parte da agência Magnum. De brasileiros, além de Sebastião Salgado, só Tiago Santana faz parte da coleção, com o livro Sertões, lançado no começo deste ano.
A intenção da CosacNaify é lançar dez volumes por ano, que poderão ser comprados separadamente ou em uma caixa única. Além disso, o Brasil será o único país a manter a mesma cor da capa e o mesmo nome já que nos outros países onde é publicada o nome foi nacionalizado e cada um escolheu sua própria cor. "Para nós, era importante manter esta identidade que a faz reconhecida no mundo todo, manter sua marca registrada que é a cor preta para termos uma edição mais próxima do original", afirma Machado. Outra semelhança com o original é a grande tiragem com a qual os livros são lançados: Cartier-Bresson, Sebastião Salgado e Man Ray saem do forno com 7 mil exemplares e Helmut Newton e Eliott Erwitt com 5 mil, algo inovador para este tipo de publicação no Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário